Poesia Evangélica |
Quatro poemas de Jaci Maraschin Posted: 23 Aug 2016 11:18 AM PDT VII 3.16 o espírito cheio de plumas paira por sobre as sumas teológicas e mancha com seu amarelo ouro o pseudo tesouro e o palavrório de são Ligório o espírito cheio de fendas vem sobre as lendas como fumaça e com soluços revela no meio de uma favela o olhar e a mão vem santo espírito pomba e arromba a nossa porta de ferro desce do céu como pomba sobre o meu berro XVI 7.7 no fundo de tudo no fundo de todos só resta a resolução nunca tomada de estender as mãos e deixar que elas se alonguem como palmeiras até as praias LXVIII 19.29 abandonemos as casas para chegar à casa e sejam bênçãos os telhados e os jardins não amamos os que amamos transitórios e estranhos quando os possuímos a vida eterna é transição abre com sua argúcia as portas da participação LX 18.21 meu próximo começa no meu pé ponte flutuante de transição e da peregrinação meu próximo começa no meu sorriso reflexo necessário da alegria na ambivalente melodia meu próximo começa na minha boca palavras comida e gosto na floração do rosto meu próximo começa na minha mão carícia entre solidão e abismo no companheirismo meu próximo começa no meu corpo solidariedade da carne e dos ossos atômicos nos debruços anatômicos meu próximo começa no meu sexo direção vertiginosa do beijo e dos gens num chafariz de bens meu próximo começa no meu começo Do livro Rastro de São Mateus (Sociedade Religiosa Edições Simpósio e UMESP, 1998). |
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