Guerra Espiritual
O que Paulo quis dizer quando disse que a nossa luta não é contra carne e sangue?
Paulo, na carta aos Efésios 6:12, afirmou: "Pois a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra os principados, contra as potestades, contra os poderes deste mundo de trevas e contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais."
Neste versículo, Paulo está dizendo que os cristãos enfrentam uma batalha espiritual, não uma batalha física contra outras pessoas (carne e sangue). Ele está destacando que o verdadeiro inimigo é espiritual, envolvendo forças malignas que operam além do mundo físico. A luta é contra influências e poderes malignos, como forças demoníacas, que procuram desviar e oprimir os fiéis. Portanto, a abordagem da batalha deve ser espiritual, utilizando a armadura de Deus descrita nos versículos subsequentes (Efésios 6:13-18), que inclui a verdade, a justiça, o evangelho da paz, a fé, a salvação, a palavra de Deus e a oração.
Quem são os principados, potestades e poderes deste mundo?
Os "principados", "potestades" e "poderes deste mundo" mencionados por Paulo em Efésios 6:12 referem-se a diferentes níveis ou categorias de forças malignas ou entidades espirituais que, de acordo com a teologia cristã, estão em oposição a Deus e ao Seu povo. Aqui está uma explicação de cada um desses termos:
1. **Principados**: Este termo (em grego, "archai") pode ser entendido como se referindo a líderes ou governantes de alto nível no reino espiritual das trevas. Representam uma hierarquia superior de demônios ou espíritos malignos que têm autoridade sobre outras entidades malignas.
2. **Potestades**: Traduzido do grego "exousiai", este termo refere-se a poderes ou autoridades espirituais. As potestades são entidades espirituais que têm uma certa autoridade ou poder, operando dentro da hierarquia das forças do mal.
3. **Poderes deste mundo de trevas**: Esta expressão refere-se às forças espirituais malignas que exercem influência sobre o mundo físico, promovendo o mal, a injustiça e a rebelião contra Deus. Inclui demônios ou espíritos malignos que têm o objetivo de enganar, oprimir e influenciar negativamente a humanidade.
Esses termos, portanto, descrevem a estrutura hierárquica das forças espirituais malignas que, segundo a crença cristã, estão em constante batalha contra Deus e Seu povo. Paulo usa esses termos para enfatizar que a verdadeira luta dos cristãos é contra essas entidades espirituais, e não contra outras pessoas.
Mas estas forças espirituais do mal atuam em seres humanos não é mesmo?
Sim, de acordo com a teologia cristã, essas forças espirituais do mal podem atuar influenciando, oprimindo ou até possuindo seres humanos. As Escrituras e a tradição cristã sugerem várias maneiras pelas quais essas entidades malignas podem interagir com as pessoas:
1. **Tentação**: As forças malignas podem tentar influenciar os pensamentos e ações das pessoas, levando-as a pecar ou afastar-se de Deus.
2. **Engano**: Podem enganar as pessoas, levando-as a acreditar em mentiras ou doutrinas falsas que desviam da verdade de Deus.
3. **Opressão**: Essas forças podem oprimir as pessoas, causando sofrimento mental, emocional ou físico. Isso não significa necessariamente possessão, mas uma influência negativa persistente.
4. **Possessão**: Em casos mais extremos, algumas tradições cristãs acreditam que demônios podem possuir pessoas, controlando-as direta e completamente. Isso é descrito em várias passagens do Novo Testamento, onde Jesus e os apóstolos expulsam demônios de indivíduos.
5. **Influência Cultural e Social**: As forças espirituais malignas também podem influenciar sistemas e estruturas sociais, promovendo injustiça, violência e corrupção em larga escala.
Dada essa compreensão, a luta espiritual descrita por Paulo inclui não apenas a resistência pessoal ao pecado e ao mal, mas também a oração e a ação contra as influências malignas que podem afetar indivíduos e comunidades.
Qual a força espiritual que atua no Vladimir Putin por exemplo?
Não é apropriado ou preciso identificar uma força espiritual específica que estaria atuando em Vladimir Putin ou qualquer outra pessoa em particular, especialmente sem um entendimento completo e direto de sua vida espiritual, moral e pessoal. Tais julgamentos são complexos e podem ser subjetivos, dependendo das crenças e perspectivas individuais.
No contexto cristão, qualquer pessoa pode estar sujeita a influências tanto boas quanto más, e a responsabilidade de julgar essas influências pertence a Deus. A teologia cristã ensina que todas as pessoas são pecadoras e precisam da graça e do perdão de Deus. Além disso, ela também encoraja a orar pelos líderes, buscando que eles tomem decisões justas e alinhadas com a vontade divina.
É importante abordar tais questões com humildade e discernimento, reconhecendo que nossas percepções e julgamentos humanos são limitados.
O que dizer de alguém que promove uma guerra e através disso muito sofrimento alheio?
Alguém que promove uma guerra e causa grande sofrimento é frequentemente visto sob uma luz muito negativa, tanto do ponto de vista moral quanto espiritual. Diversas tradições religiosas e sistemas éticos condenam ações que resultam em violência, destruição e sofrimento desnecessário. Do ponto de vista cristão, a guerra e o sofrimento alheio podem ser vistos como frutos do pecado e da corrupção humana.
Na Bíblia, existem várias passagens que condenam a violência e a injustiça, e promovem a paz e a justiça:
1. **Mateus 5:9**: "Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus."
2. **Provérbios 6:16-19**: Deus detesta mãos que derramam sangue inocente, corações que planejam perversidades e pés que se apressam para fazer o mal.
3. **Isaías 1:17**: "Aprendam a fazer o bem; busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva."
Do ponto de vista espiritual, aqueles que promovem a guerra e causam sofrimento estão frequentemente vistos como estando sob a influência do mal. A teologia cristã ensina que ações que resultam em grande destruição e sofrimento são contrárias à vontade de Deus e aos ensinamentos de Jesus, que pregava o amor ao próximo, a paz e a reconciliação.
Porém, é importante abordar essas situações com discernimento e oração, procurando sempre a paz e a justiça. Em situações de conflito e violência, muitas tradições religiosas e organizações de direitos humanos trabalham para trazer reconciliação, ajudar as vítimas e buscar soluções pacíficas.
Mas é correto dizer que existe uma força espiritual do mal atuando na vida do promotor da guerra?
Muitas tradições religiosas, incluindo o cristianismo, acreditam que forças espirituais do mal podem influenciar pessoas a cometer atos de violência, injustiça e opressão. Portanto, de acordo com essas crenças, é possível afirmar que uma força espiritual do mal pode estar atuando na vida de alguém que promove a guerra e causa grande sofrimento.
No cristianismo, essa visão é baseada na crença de que o mal, personificado em Satanás e suas forças, busca corromper e destruir a criação de Deus, influenciando as pessoas a cometer atos contrários à vontade divina. A Bíblia descreve o diabo como "o pai da mentira" (João 8:44) e como um adversário que "anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" (1 Pedro 5:8).
No entanto, é crucial lembrar que, do ponto de vista cristão, todos os seres humanos são responsáveis por suas próprias ações. A influência espiritual não isenta uma pessoa de sua responsabilidade moral. Mesmo que forças espirituais malignas estejam atuando, as escolhas individuais e a responsabilidade pessoal ainda são fundamentais.
Portanto, é teologicamente válido, dentro do cristianismo, sugerir que forças espirituais do mal podem influenciar alguém a promover a guerra. Contudo, qualquer julgamento sobre uma pessoa específica deve ser feito com cautela, humildade e discernimento, reconhecendo a complexidade da condição humana e a capacidade de redenção e mudança.
O que fazer para combater as forças espirituais do mal?
Combater as forças espirituais do mal, de acordo com a teologia cristã, envolve um conjunto de práticas espirituais e atitudes que fortalecem a fé e alinham a vida com os ensinamentos de Deus. Aqui estão algumas das principais estratégias baseadas na Bíblia:
1. **Orar**: A oração é fundamental para se comunicar com Deus, pedir Sua proteção e buscar orientação. Em Efésios 6:18, Paulo aconselha: "Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica."
2. **Estudar a Bíblia**: Conhecer a Palavra de Deus ajuda a discernir a verdade e resistir às mentiras e enganos das forças do mal. A Bíblia é descrita como a "espada do Espírito" em Efésios 6:17.
3. **Vestir a Armadura de Deus**: Em Efésios 6:10-18, Paulo descreve a "armadura de Deus", que inclui:
- **Cinturão da Verdade**
- **Couraça da Justiça**
- **Calçado da Preparação do Evangelho da Paz**
- **Escudo da Fé**
- **Capacete da Salvação**
- **Espada do Espírito** (Palavra de Deus)
4. **Viver uma Vida de Santidade**: Buscar uma vida moral e espiritualmente pura, evitando o pecado e cultivando virtudes como amor, paz, paciência e bondade (Gálatas 5:22-23).
5. **Resistir ao Diabo**: Tiago 4:7 diz: "Sujeitem-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês." Isso implica uma postura ativa de resistência ao mal, confiando em Deus.
6. **Comunhão com Outros Crentes**: Participar de uma comunidade de fé oferece apoio, encorajamento e responsabilidade mútua. Hebreus 10:24-25 exorta os crentes a não deixarem de se reunir.
7. **Jejuar**: O jejum é uma prática que pode fortalecer a oração e a busca por orientação divina, como visto em várias passagens bíblicas.
8. **Perdoar e Amar os Outros**: O perdão e o amor são poderosas armas espirituais. Jesus ensinou a amar os inimigos e a orar por aqueles que nos perseguem (Mateus 5:44).
Combater as forças espirituais do mal é uma batalha contínua que requer dependência de Deus, a prática das disciplinas espirituais e a busca constante por viver de acordo com os ensinamentos de Cristo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário