Poesia Evangélica |
Posted: 09 Oct 2015 02:59 PM PDT O QUE DISSE UM DOS MALFEITORES A caminho da morte não falou, a sua boca reservava-se ao silêncio divino, dentro da alma chorava talvez. Assim vi o melhor espírito de Israel consumido pela dor numa cruz, vestido do seu próprio sangue atravessando o coração do Pai. Ao meu lado a arrastar a voz ferida a deixar no ar palavras de perdão. Digo aquela cruz não era para um Deus, eu que sou um malfeitor a quem Ele deu uma rua de ouro no Paraíso. 08-10-2015 ESPERANÇA Este é o meu repouso, aqui habitarei por algum tempo, neste templo sem ritual sou sagrado e adoro Deus, aqui a Sua mão compõe-me sem argila. Musicalmente no silêncio a Sua mão compõe-me, ossos e carne são a alegria da sua voz, o riso dos seus olhos só a mãe a abraçar o ventre e eu ouvimos a música, como a música contínua que parte das estrelas. Converso sonhos com ela e estou neste berço de águas quietas. Aqui no resplendor da obscuridade onde repouso. 06-10-2015 KADDISH PARA UMA CRIANÇA QUE NÃO VAI NASCER Bendita és tu como fruto do ventre, onde vives ainda fruto do Amor, bendita és porque te acompanhou o toque de violinos enquanto teu pai e tua mãe se abraçavam. Benditos todos os sonhos que te fizeram e que caíram depois das nuvens. Que seja bendito o teu nome que não chegas a ter. Tocai anjos, depressa, as últimas notas nas trombetas pela criança que não vem ao mundo pela ave que vai voar sobre um mundo que não conheceu. Bendito todo o ventre que não seja um Auschwitz dos filhos por nascer. 29-09-2015 |
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