Poesia Evangélica |
Dois poemas de Joanyr de Oliveira Posted: 13 Jan 2015 01:43 PM PST O VENCEDOR Naquela noite em BH, quando o Espírito de Deus visitou-me de modo memorável, eu — quase cego — tinha as pontas dos dedos nas tensas cordas de uma harpa de vento. Eu tateava imperiosas trevas com idade de séculos e milênios... A Deus clamei, ante as janelas apagadas a negar-me as paisagens e rostos. Tudo estava brumoso, mas — como sempre — a fulgurância divina é que triunfa — e ela veio e de leve beijou-me a ferida retina. O Sol de Deus fez-me ver — e conferir— quem é mesmo sobre todas as coisas, quem é mesmo de todos o maior nos céus e na Terra... AUTO-EXEGESE O poeta é assim: vai construindo. Material leve e sem corpo brota dos canteiros do pensamento. Moeda não é preciso, nem estudo de viabilidade. Tudo é viável. Uma pedra amanhece flor ou pássaro, o vôo, um sopro de silêncios. Um féretro matinal pode ser nada estático ou enfático - mas compor tênue mancha a brincar nos ombros da paisagem. O poeta é assim: surpreende e cala-se. Vai abrindo subterrâneos nas carnes do nada. Percorre-se mesmo enraizado a grutas e argilas. (Vem sempre uma criança de luz na mãos que navegam o poema.) O poeta é assim: ninguém lhe traduz o rosto a equilibrar o infinito. Bebendo as veias do mundo, mastiga as metáforas verdes e as que se abrem ao beijo da solidão. Só os anjos amam seu instável idioma. O poeta é assim... Curta a página dedicada ao poeta no Facebook: |
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